Por vezes heroína
por outras até mesmo vilã
Porém creio que o pior dos momentos seja quando me reconheço como apenas figurante da minha própria história: observando passivamente os dias passarem.
Não! Isso eu não aceito. Abaixo à passividade!
Ouça mundo, estou passando, estou mexendo e empurrando.
Eu sei, estou embaralhando, mas eu posso, o mundo é meu.
E quando tudo acabar, penso eu, terei gritado
terei falado, despido e despedaçado.
O sentido não é calado
É calar a dor.
E se precisar gritar, que seja grito então...
Já há mudos sobrando nesse mundo sem mudanças.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Cuide de você
A diferença entre a queda nos olhos de Bê e meus sentimentos ao ler sua carta, era que as palavras tinham um caráter duro, palpável e com aparência muito mais real do que minha simples sensação de ter me perdido naqueles olhos negros. Naquele momento eu "o amava e não conseguia suportá-lo, em igual medida". Era cortante. Profundamente cortante.
*Crônica baseada na exposição de Sophie Calle "Cuide de você", no MAM. Imperdível!
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Up in the air
Filmes têm um poder incrível de me desprender dos meus próprios pensamentos. Fico ali, embasbacada, perdida num universo que (aparentemente) não me pertence. Quem me conhece sabe, que fora as ficções científicas, me concentro e vivo aquelas cenas de uma forma emprestada, sentindo cada segundo delas pulsar dentro do meu peito. Hoje tive um dia cercado de cenas (que não minhas). E logicamente, muitas delas me remeteram a coisas tão minhas, tão guardadas, que mal sabia eu que as tinha aqui... (Fenômeno também conhecido como cartarse, rs). Se eu não fosse uma psicoterapeuta-quase-formada, diria que assistir a filmes (bons, diga-se de passagem), daria conta de uma bela gama de questões mal resolvidas. É claro que pra isso, indicaria uma boa dose de reflexão e humildade - sim, para assumir suas angústias, falhas e faltas, elas são necessárias.
As cenas de hoje me fizeram pensar. Em solidão, em companhia, em relacionamento. Em como é bom estar acompanhado e em como é ruim sentir-se só mesmo com alguém por perto. Me fez pensar em coisas "banais", como a importância de regar minhas relações preciosas e não pensar no tempo como algo só meu, onde faço divisões mecânicas procurando organizar meus dias. O tempo não é nada além de uma invenção nossa, uma tentativa desesperada de colocar ordem em tudo. Vida é desordem. E o tempo, ganha muito mais valor se for compartilhado.
Sei que o mundo nos grita: PLANEJE! Mas sabe, só hoje, só por alguns minutos, quebre seus planos... deixe a surpresa te apanhar, como num filme repleto de cenas (aparentemente) alheias.
As cenas de hoje me fizeram pensar. Em solidão, em companhia, em relacionamento. Em como é bom estar acompanhado e em como é ruim sentir-se só mesmo com alguém por perto. Me fez pensar em coisas "banais", como a importância de regar minhas relações preciosas e não pensar no tempo como algo só meu, onde faço divisões mecânicas procurando organizar meus dias. O tempo não é nada além de uma invenção nossa, uma tentativa desesperada de colocar ordem em tudo. Vida é desordem. E o tempo, ganha muito mais valor se for compartilhado.
Sei que o mundo nos grita: PLANEJE! Mas sabe, só hoje, só por alguns minutos, quebre seus planos... deixe a surpresa te apanhar, como num filme repleto de cenas (aparentemente) alheias.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
FlorEline
Conhecê-la sempre significou algo profundo, marcante. Em uma geração de iguais, onde todas pareciam ter os mesmos gostos, mesma aparência, mesmas conversas superficiais, ela se destacava. Mesmo ao olhá-la de longe, já era possível sentir que se tratava de alguém diferente, desconcertante até. Era nova, e ainda assim, tinha muito a ensinar. Dona de um coração gigante, daqueles que se podia ver através de um sorriso frouxo, ou de um olhar que denunciava a alma leve que guardava dentro de si. E o riso da moça era mesmo contagiante! Nos embriagava, e fazia-nos esquecer nossas lamúrias por completo. Era raro sentir-se daquela forma! Era raro saber que havia alguém em que tudo era verdade, pureza e encanto. E como tudo que é raro é precioso, sabíamos que não valorizá-la era sinônimo de impossibilidade. Sua presença era canto, riso e olhar sincero, cada detalhe regado de amor. Ela enfeitava o ambiente e era portanto, um presente.
E não precisávamos de palavra. No silêncio de nossos corações, via-se a beleza do laço, do abraço.
Ela cantava amizade, encontro e beleza.
Nos restava então, agradecê-la: pela diferença que tanto fazia, pela profundidade que alcançava e ensinava, e mais ainda por aquele olhar tão bonito, que seguia por iluminar as esquinas dos nossos corações, por vezes apagados.
E não precisávamos de palavra. No silêncio de nossos corações, via-se a beleza do laço, do abraço.
Ela cantava amizade, encontro e beleza.
Nos restava então, agradecê-la: pela diferença que tanto fazia, pela profundidade que alcançava e ensinava, e mais ainda por aquele olhar tão bonito, que seguia por iluminar as esquinas dos nossos corações, por vezes apagados.
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