Quero um pouco mais.
Mais tempo, mais silêncio, mais encontros.
Mais olho no olho, menos mensagens a
responder, menos "likes", "tweets" e "posts".
Quero mais livros. E menos distrações.
Mais verdade, menos superficialidade.
Quero mais risada, mais nascimento: de sorrisos, alegrias, sonhos.
Menos vídeos, menos "você não
viu?!" (não, não vi).
Menos correria.
Quero pedalar sentindo a ventania.
Ver os bichos, ouvir os pássaros,
contemplar o pôr do sol (e compartilhar apenas com quem estiver ao meu lado).
Quero um pouco mais de agora. De intenso,
de inteiro.
Quero meus dias sem-tempo.
Não sou avessa à tecnologia. E me adaptei a ela quase que
perfeitamente. Quase.
Porque tem dias, que a quero longe.
Quando preciso de mais sentimento. Ficar
mais com o lado de dentro.
Ir devagar. Chegar, se assim desejar.
Ignorar, desligar, respirar.
Quero mais paz.
Mais simplicidade.
Água de côco, agenda vazia, abraçar o dia.
Quero mais saúde, mais liberdade, mais
praia.
Mais amor, menos vaidade, mais cor.
Quero saber menos e viver mais.
Saber na superfície é quase o mesmo que não saber.
Quero um pouco mais.
Ou talvez, quer saber,
acho que quero é menos.