Tem dias que o sol brilha tanto,
que dá preguiça seu brilho enfrentar
Fico brincando de esconder na sombra,
até que uma nuvem chegue pra salvar.
Tem dias que a noite vem leve
Quase que como as ondas do mar
E de mansinho celebram a vida
Que o dia pediu só pra si
Tem dias que são belos, claros e raros
Que o presente ganha mesmo o peso que tem
De agora, de carpe diem
Mas mesmo assim, o coração fica lento
Querendo noticias de alguém
Que salve, que acuda, que grite
E me arranque da ostra construída
Não é que não tenha ninguém
Capaz de sacudir o viver
É que tem dias que são mesmo assim
Pra me encontrar no que baguncei
E como disse uma amiga
crises podem transformar lagartas
em borboletas azuis
Tem dias que o vento é brisa
mas dentro do peito, vendaval.