segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Fora da ordem




A menina era pequena, mas sentia-se grande. Sabia, tinha certeza que havia nascido já crescida,
e dessa idéia não largava e nem conseguia, já que em volta todos pensavam: "que incrivel! Uma menina tão pequena já crescida!"
A menina então passou pelos anos da infância como se fosse adulta e na mais dura realidade, brincava de faz-de-conta. Mas dessa brincadeira, ninguém participava: à sua volta, só seriedade. A menina percebeu cedo que a vida adulta na hora errada era antônimo de felicidade. E quis brincar de ser criança, mas não podia desapontá-los, eles gostavam tanto de vê-la crescida!!
A menina do grande coração, cedeu então, e viveu uma mulher quase adulta, no corpo de menininha. Até crescer de verdade, e então, assumir-se menina. Precisava da mininice, e fez do primeiro parágrafo um rascunho. Depois das ultimas linhas da "infância-de-gente-grande", deu um ponto final.
E chegando à idade adulta resolveu abrir um parênteses e correr atrás de borboletas.

A menina, mocinha, mulher não tinha mais pressa, encheu seu viver de divertidas reticências...

Um comentário:

  1. AH!!! Muito bom!!!!!!!!!!
    Minha vez de te elogiar hahah
    Gostei da resolução da menina que virou adulta antes da hora.
    Até porque eu entendo isso bem!

    E vivam as reticiências!

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